15.12.24

365 aniversários


Como muitos sabem, eu sou meio acumulador. Não daqueles que passam na televisão, porque tem diversos graus. Não quero me perder nesse ponto.

Ocorre que o bonito aqui, no tempo do finado Orkut, resolveu sincronizar o aniversário de todo mundo com o calendário do Google.

Qual o resultado?

Esses aniversários estão até hoje, dezembro de 2024, me acompanhando.

Aí, é o seguinte: O Orkut acabou em setembro de 2014, e tem gente com a qual eu já perdi contato (muitos), gente que já morreu (bem poucos, o que é um ótimo sinal), gente do ensino médio, da faculdade, do primeiro emprego, gente de lá do raio que o parta, tudo me fazendo companhia até hoje.

Daria tipo um filme de terror, sabe? 

Não me interpretem mal: meus amigos não são ruins. Porém, imagine você conhecendo pessoas novas ao longo da vida, mas ainda tendo que conviver com as antigas. Imagine ter que conviver com centenas de pessoas todos os dias, e preocupando-se em evitar conhecer pessoas novas, porque daqui a algumas décadas serão milhares, milhões... meu, que loucura.

Mas, calma: O drama não é tão grande assim. Basta desligar a visualização no calendário, que o negócio não incomoda.

A única questão é que tem gente recente, das quais é imprescindível eu lembrar o aniversário, e tá todo mundo lá na mesma agenda, misturado.

Eu deveria dar uma saneada nisso.

Quanto ao título, é só um clickbait: 365 é o número total de registros nessa agenda, incluindo as repetições, as datas comemorativas, e outras besteiras., E os do Orkut são apenas 196, já excluídos os repetidos.

Eu fiz uma exportação pelo próprio Google e, depois de algumas manobras, cheguei nesses números aí.

Vamos ao demographics?

113 homens e 83 mulheres. Os nomes que mais se repetem são "Ana" e "Fernando".

Não sei do que isso vai servir, mas tá aí.


9.7.24

O tempo passando e as coisas evoluindo

O ano era 1991, éramos inocentes, e a Creative Labs, para apresentar e divulgar as capacidades das suas placas de som, desenvolveu um programa de computador chamado "Dr. Sbaitso".

Esse programa se propunha a ser um "psicólogo digital", com o qual o usuário conversaria, contando seus problemas e ouvindo soluções e conselhos.

Esse nome é composto pelas iniciais da expressão "Sound Blaster Acting Intelligent Text-to-Speech Operator".

Será que ele poderia ser considerado uma versão rudimentar de inteligência artificial?

Inicialmente, ele perguntava seu nome, e respondia com a seguinte sequência:

HELLO [UserName], MY NAME IS DOCTOR SBAITSO.

I AM HERE TO HELP YOU.
SAY WHATEVER IS IN YOUR MIND FREELY,
OUR CONVERSATION WILL BE KEPT IN STRICT CONFIDENCE.
MEMORY CONTENTS WILL BE WIPED OFF AFTER YOU LEAVE,

SO, TELL ME ABOUT YOUR PROBLEMS.

 

Figura 1 - O início da interação com o Dr. Sbaitso
 

A coisa toda se desenvolvia de uma maneira lastimável, em que você se sentia realmente interagindo com um script paupérrimo de conhecimento e habilidades.

As perguntas existenciais eram seguidas de respostas nonsense, e as perguntas objetivas não produziam qualquer resultado útil.


Figura 2 - Perguntas objetivas ao Dr. Sbaitso

Assim, depois de matar a curiosidade, a vontade era de simplesmente abandonar a conversa já nas primeiras respostas.

Ok, em 1991, com computadores com uma capacidade de processamento muito menor do que a que temos hoje, e num tempo em que a conectividade com a Internet era nula como regra, até que esse programa impressionava... um pouco.

Atualmente esse programa roda dentro de navegadores, e tem diversos sites que possuem ele à disposição. Basta procurar.